terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Novena da Imaculada Conceição 2017 - Sexto Dia

(Seminário de Resende, 5 de junho de 2010)

       Uma senhora muito devota, ia a Missa e levava o neto. Sempre que se aproximava da comunhão assumia uma expressão muito séria e carregada. O neto que a acompanhava muitas vezes olhava para ela, assimilando a postura e as expressões. Ao comungar esta senhora suspirava profundamente, com uns "ais" bem sonoros. O neto, entretanto, aproximava-se da celebração da Primeira Comunhão e um dia perguntou à avó: Vovó, comungar dói muito?
        Uma pequena estória proposta pelo pregador, o Pe. Luís Rafael, para sublinhar a alegria que a fé, a vivência em comunidade, a participação na Eucaristia, na Novena, nas "coisas" da Igreja deve suscitar, ao ponto de outros perguntarem, não se dói, se custa muito, mas como é que é, o que é que vos deixa tão satisfeitos, tão alegres?
       O Evangelho, ponto de partida para a pregação, apresentava-nos o Centurião que vai ter com Jesus para que Ele socorra o seu criado (Mt 8, 5-11). Sublinhe-se que era um estrangeiro, não era judeu, e a acrescentar ainda o facto de estar ao serviço de uma potência estrangeira. Como estrangeiro, não teria direito à intervenção de Deus, à salvação, reservado precisamente aos judeus. Contudo, o Evangelho mostra que Jesus vem para todos e a salvação está acessível a todos, tem mais a ver com a predisposição do coração. O centurião vai até Jesus, acredita e confia em Jesus. E Jesus responde de imediato: irei curá-lo. Vem então a consciência do centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado». A consciência humilde do seu pecado perante a grandeza de Jesus, mas não deixa de se dirigir a Ele. Esta é a humildade com que devemos aproximar-nos de Jesus, conscientes da nossa fragilidade e do nosso pecado, mas certos de que Ele nos cura, nos salva, nos redime.
       E depois a alegria com que vivemos o nosso encontro e a nossa fé. A alegria do centurião ao regressar a casa. A alegria de Nossa Senhora, por exemplo, quando vai apressadamente ao encontro da Sua prima santa Isabel. Vai feliz da vida, sem lamentos nem protestos, simplesmente vai, levando também a alegria no Seu seio, ao encontro de uma grávida, estando grávida do Salvador. Seja essa também a nossa alegria de sermos e vivermos como cristãos.

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